Atualmente, candango é um dos termos gentílicos alternativos para os moradores de Brasília. Na época da construção da Capital Federal, o termo era utilizado para designar os operários e demais trabalhadores e migrantes que aqui vieram trabalhar.
Candango, originalmente, é uma palavra oriunda da África que era utilizada pelos escravos, de forma pejorativa, referindo-se aos portugueses que traficavam pessoas e, depois, aos senhores de engenho. Com o tempo, a palavra passou a ser utilizada, também de forma pejorativa, para nomear o mestiço do índio e do negro, o cafuzo. Euclides da Cunha utilizava a palavra para descrever o sertanejo de aparência triste e cansada.
Inicialmente, há registros de que o operário migrante não gostava de ser chamado de candango. Foi Juscelino Kubitschek quem mudou a sua conotação. Os candangos eram comparados aos bandeirantes, aos desbravadores do Brasil que, naquela época, eram considerados heróis. Candango tornou-se uma espécie de “novo bandeirante”.
Ressignificado o termo, ele passou a se referir aos milhares de trabalhadores braçais, especialmente nordestinos, que deixaram o interior tangidos pela seca e pela miséria para se aventurar na grande cidade movidos pela promessa de emprego. Presidente, arquitetos, engenheiros, médicos, advogados, comerciantes, operários, caminhoneiros, também passaram a ser chamados de candangos. Enfim, todos aqueles envolvidos no processo de construção da cidade passaram a ser candangos. E, hoje, como visto, candango é sinônimo de brasiliense.
Fonte: Justiça do Trabalho