O Cerrado é muito mais do que um bioma exuberante — ele é um celeiro de sabores únicos e potentes, com alimentos nativos que estão ganhando destaque dentro e fora do Brasil. Ingredientes como pequi, baru, jatobá e araticum deixam de ser coadjuvantes em receitas regionais para ocupar espaço em mercados gourmet, cozinhas sustentáveis e até exportações.
Neste post, você vai conhecer os principais alimentos típicos do Cerrado, suas propriedades, curiosidades culturais e como eles estão transformando a gastronomia brasileira.
Baru: a “castanha do Cerrado” com alto valor nutricional
O baru (ou cumbaru) é uma semente com casca dura e sabor semelhante ao amendoim, mas muito mais nutritiva. Rico em proteínas, fibras, ômega 9 e antioxidantes, ele é ideal para lanches saudáveis, farinhas funcionais e receitas criativas, como brigadeiro fit ou pesto de baru.
Onde encontrar: feiras agroecológicas no DF, Goiás e Mato Grosso; também disponível em empórios naturais e lojas online.
Curiosidade: a coleta do baru respeita o tempo da natureza, pois os frutos caem espontaneamente das árvores entre agosto e setembro.
Pequi: o fruto que divide opiniões, mas conquista paladares exigentes
Com sabor e aroma intensos, o pequi é símbolo da culinária goiana e mineira. Muito usado no arroz com pequi, frango caipira ou como óleo aromático, ele traz uma identidade marcante aos pratos regionais. Além do sabor, o fruto é rico em carotenoides, vitaminas A e E, e tem ação antioxidante.
Atenção: nunca morda o pequi — seu caroço tem espinhos internos que podem machucar!
Dica gourmet: chefs contemporâneos têm usado o pequi para molhos, risotos e infusões com cachaça ou azeite.
Araticum: o “pão-do-cerrado” doce, nutritivo e aromático
Com polpa cremosa e doce, o araticum é um verdadeiro tesouro escondido do Cerrado. Muito utilizado em sorvetes, sucos e sobremesas naturais, ele também é conhecido pelo seu potencial medicinal e por ajudar na digestão.
Onde colher: áreas preservadas e comunidades quilombolas e indígenas, que manejam o araticum de forma sustentável.
Valor nutritivo: fonte de ferro, cálcio, fósforo e vitaminas do complexo B.
Jatobá: a farinha energética que remonta aos povos originários
A polpa seca do jatobá é transformada em uma farinha rica em fibras, proteínas e minerais. Seu sabor levemente adocicado lembra caramelo, sendo excelente para mingaus, bolos, pães e barras energéticas. É muito usada em projetos de alimentação escolar e nutricional no Centro-Oeste.
Na prateleira: já é possível encontrar farinha de jatobá embalada por cooperativas agroextrativistas.
Sustentabilidade: o uso do jatobá estimula o extrativismo consciente e gera renda para comunidades locais.
Por que os sabores do Cerrado estão em alta?
Com a valorização dos produtos regionais, da alimentação saudável e da culinária ancestral, os frutos do Cerrado ganham protagonismo por:
- Terem alto valor nutricional e funcional
- Estarem ligados à cultura alimentar de povos tradicionais
- Serem sustentáveis e coletados de forma não predatória
- Serem ingredientes criativos na gastronomia contemporânea
Chefs renomados, nutricionistas e consumidores conscientes estão de olho neles!
Onde experimentar os sabores do Cerrado no Centro-Oeste?
- Feira da Torre de TV (Brasília-DF): produtos naturais e agroecológicos
- Feira do Produtor (Goiânia-GO): pequi, baru e derivados fresquinhos
- Feiras de orgânicos em Cuiabá e Campo Grande
- Empórios regionais e cooperativas comunitárias