Sabores do Cerrado: Frutas e Ingredientes Típicos da Culinária do Centro-Oeste

Baru - castanha do cerrado

Cerrado: uma despensa natural cheia de histórias e sabores

O Centro-Oeste brasileiro guarda um dos biomas mais ricos e únicos do planeta: o cerrado. Além da beleza de sua vegetação retorcida, veredas e campos abertos, o cerrado é também fonte de ingredientes típicos e nutritivos, que fazem parte da cultura alimentar da região.

Com forte presença em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal, essa culinária é marcada por sabores intensos, frutas exóticas, raízes, castanhas e muita tradição.

A seguir, conheça os principais ingredientes do cerrado que você precisa provar — ou redescobrir.

🟡 1. Pequi – O sabor mais polêmico (e amado)

📍 Usado em: Goiás, DF e norte de MG

O pequi é o símbolo da culinária goiana. De aroma forte e gosto marcante, é geralmente cozido com arroz e frango. Atenção: sua semente tem espinhos, então deve ser mordido com cuidado.

Prato típico: Arroz com pequi, galinhada goiana
Benefícios: Rico em vitamina A e antioxidantes naturais

🟤 2. Baru – A castanha do cerrado

📍 Coletado em: Goiás, DF, norte de MG e MT

O baru, também conhecido como cumbaru, é uma castanha nativa rica em proteínas, gorduras boas e ferro. Pode ser consumido torrado, em farinhas, barras de cereal e até em doces e pães.

Curiosidade: O baruzeiro leva até 10 anos para frutificar, por isso sua coleta é feita de forma sustentável.

🟠 3. Cagaita – Azedinha, refrescante e cheia de vitamina C

📍 Presente em: todo o Centro-Oeste

A cagaita é uma frutinha arredondada, amarela, que nasce em árvores típicas da região. Pode ser consumida in natura, em sucos, sorvetes e doces caseiros. Seu sabor levemente ácido agrada quem busca refrescância natural.

Prato típico: Suco de cagaita gelado (muito comum em Brasília)

🟣 4. Araticum – O “fruto do cerrado” por excelência

Também chamado de marolo em outras regiões, o araticum tem casca escura e polpa cremosa, doce e aromática. É consumido em sucos, doces e até na forma de licores.

Dica: Pode ser encontrado em feiras da Ceilândia e em municípios do entorno de Brasília durante o período seco.

🟢 5. Guariroba – O amargo que conquista

A guariroba é um tipo de palmito nativo do cerrado, conhecido pelo sabor amargo característico. Muito usada em empadões goianos, ela também pode entrar em saladas ou refogados.

Prato típico: Empadão goiano com guariroba, frango e azeitona
Benefícios: Fonte de fibras e sais minerais

🟤 6. Jatobá – Nutritivo e ancestral

A polpa seca do jatobá-do-cerrado é usada há séculos por comunidades tradicionais. Pode ser transformada em farinha nutritiva, usada em bolos, mingaus e pães. Tem sabor doce-terroso e alto valor energético.

Dica: Experimente a farinha de jatobá com banana e mel, excelente para o café da manhã.

🍃 7. Mangaba, murici, bacupari e outras joias raras

Há ainda dezenas de frutas menos conhecidas, como:

  • Murici: ácido e adocicado, ótimo para sucos e doces.
  • Mangaba: usada em sorvetes e compotas.
  • Bacupari: polpa amarela, sabor tropical intenso.
  • Mama-cadela: medicinal, com uso em xaropes naturais.

Essas frutas são sazonais e podem ser encontradas em feiras agroecológicas, cooperativas rurais e mercados do entorno.

📍 Onde encontrar ingredientes do cerrado no DF e entorno?

  • Feira do Produtor de Ceilândia
  • Feira da Torre de TV (aos domingos)
  • Mercado Municipal de Goiânia (GO)
  • Mercado Sul Vive (Taguatinga)
  • Lojas naturais e cooperativas como a Central do Cerrado

Saborear o cerrado é também preservar

Ao consumir e valorizar os ingredientes típicos do cerrado, você apoia comunidades tradicionais, estimula a economia local e ajuda na preservação desse bioma ameaçado.

Incluir frutas como pequi, baru, cagaita e araticum na sua rotina alimentar é experimentar uma culinária rica em história, biodiversidade e saúde.


Alô Centro Oeste