Poucas instituições brasileiras carregam tanta história, simbolismo e contribuição para o país quanto a Universidade de Brasília (UnB). Fundada junto com a nova capital, a UnB é mais do que um centro de ensino superior — é parte viva da construção do projeto nacional idealizado por Juscelino Kubitschek, Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer.
A seguir, te convidamos para um mergulho na trajetória dessa universidade que, desde o nascimento, desafiou padrões, formou lideranças e lutou pela liberdade do pensamento.
🎓 A gênese da UnB: idealismo e modernidade
A UnB foi oficialmente fundada em 21 de abril de 1962, exatamente dois anos após a inauguração de Brasília. O projeto original da universidade surgiu do encontro de dois grandes pensadores brasileiros: Darcy Ribeiro, antropólogo e educador apaixonado pela ideia de uma universidade moderna, e Anísio Teixeira, referência na educação pública do Brasil.
A dupla sonhava com uma universidade inovadora, interdisciplinar, livre e comprometida com a transformação social. A arquitetura do campus principal, o Campus Darcy Ribeiro, foi desenhada por Oscar Niemeyer, com a assinatura urbanística de Lúcio Costa — o mesmo time que idealizou a capital federal.
📚 Uma proposta pedagógica revolucionária
Desde o início, a UnB foi diferente. Sua proposta pedagógica integrava ensino, pesquisa e extensão como eixos indissociáveis. Os cursos tinham estruturas flexíveis e os departamentos eram organizados de forma interdisciplinar — um modelo inédito no Brasil da época.
Era uma universidade para formar pensadores, pesquisadores e cidadãos comprometidos com a realidade brasileira.
⚠️ Tempos sombrios: ditadura e repressão
Com o golpe militar de 1964, a UnB passou a viver um de seus períodos mais difíceis. A universidade virou alvo por ser considerada "subversiva". Professores foram perseguidos, alunos presos e a autonomia universitária foi duramente atacada.
Em 1965, o reitor Darcy Ribeiro renunciou em protesto. Logo depois, mais de 200 professores pediram demissão coletiva, entre eles intelectuais renomados. A UnB tornou-se um símbolo de resistência e, ao mesmo tempo, de sofrimento durante os anos de repressão.
✊🏽 Reconstrução e redemocratização
Nos anos 1980, com o processo de abertura política, a UnB retomou seu espírito original. Voltou a atrair grandes pensadores, reconstruiu sua estrutura acadêmica e reafirmou seu papel de vanguarda.
A universidade também passou a liderar debates sobre inclusão, direitos humanos, políticas públicas e desenvolvimento sustentável.
🌱 UnB hoje: tradição, diversidade e futuro
Atualmente, a Universidade de Brasília é uma das mais respeitadas do país. Conta com quatro campi — Darcy Ribeiro (Plano Piloto), Ceilândia, Gama e Planaltina —, e oferece mais de 150 cursos de graduação e pós-graduação.
Com cerca de 50 mil estudantes, a UnB se destaca em diversas áreas, como saúde, engenharia, direito, ciências sociais, artes, tecnologia e ciências ambientais.
A universidade também é pioneira em ações afirmativas, sendo uma das primeiras federais a adotar cotas raciais e sociais antes da obrigatoriedade da lei.
📍 Muito além da sala de aula
A UnB pulsa fora dos muros acadêmicos. Seus projetos de extensão estão presentes nas comunidades do Distrito Federal e Entorno, e seus estudantes participam ativamente da vida política, cultural e social da cidade.
O campus Darcy Ribeiro, com seus prédios icônicos como o Instituto Central de Ciências (ICC), o Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo) e a Faculdade de Educação (FE), é um dos espaços mais vibrantes da capital — lugar de encontros, debates, arte e resistência.
🏛️ UnB e Brasília: duas histórias entrelaçadas
Mais do que vizinhas, UnB e Brasília são irmãs. Nasceram quase juntas e compartilham um mesmo espírito: a crença em um Brasil mais justo, moderno e democrático. A história da Universidade de Brasília é, também, a história da educação, da ciência e da cidadania no país.
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🎓 Especial: A História da UnB em Imagens e Memórias
Universidade de Brasília: uma ideia que virou símbolo
Com arquitetura arrojada, espírito inovador e papel fundamental na formação crítica do Brasil, a UnB é muito mais do que uma universidade. É um marco de resistência, ciência e transformação social. Nesta matéria especial, conheça a trajetória da UnB por meio de fotos históricas, curiosidades e uma linha do tempo que atravessa os momentos mais marcantes da instituição.
Linha do Tempo
1962 – Fundação
📍 A UnB é inaugurada em 21 de abril, no aniversário de dois anos de Brasília. Projeto pedagógico revolucionário idealizado por Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira.
1964 – Golpe militar
⚠️ A universidade passa a sofrer forte repressão. Alunos e professores são perseguidos por suas ideias.
1965 – Renúncia de Darcy e demissões em massa
📌 Em protesto contra a repressão, mais de 200 professores pedem demissão. A autonomia universitária é atacada.
1977 – Movimento estudantil ressurge
✊🏽 A UnB volta a ser centro de mobilização política contra o regime militar.
1985 – Redemocratização
🌱 A universidade retoma sua identidade crítica e volta a crescer com liberdade acadêmica.
1990–2000 – Expansão
📚 Novos cursos, centros de pesquisa e laboratórios fortalecem a produção científica da UnB.
2004 – Adoção das cotas raciais
🧩 A UnB se torna uma das primeiras universidades federais a adotar ações afirmativas.
2010 em diante – Novos campi e protagonismo
🌎 UnB se expande com campi em Ceilândia, Gama e Planaltina. Se consolida como referência nacional.
🏛️ UnB hoje: uma universidade plural, crítica e necessária
Mais de 60 anos após sua criação, a Universidade de Brasília continua sendo um farol do pensamento livre e da produção de conhecimento. Com milhares de alunos, centenas de projetos de pesquisa e impacto real na sociedade, a UnB mantém viva a utopia que a originou.
📌 “A UnB foi pensada para ser o centro do Brasil em termos de inteligência e de liberdade.”
— Darcy Ribeiro
📲 Quer visitar a UnB?
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Campus Darcy Ribeiro (Plano Piloto): arquitetura icônica e espaços abertos para visitas.
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Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo): museu, auditório e centro de cultura.
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Teatro Arena Honestino Guimarães: palco de eventos culturais e históricos.
Alô Centro Oeste