A Rodoferroviária de Brasília é um dos marcos históricos e estratégicos para a mobilidade na capital federal. Inaugurada em 1960, ela representa a convergência de duas formas de transporte essenciais: o rodoviário e o ferroviário, numa estrutura que foi projetada para facilitar a integração das diferentes regiões do país com a nova capital. Sua construção e a importância para a cidade são reflexos de um momento específico da história brasileira, marcado pela modernização e pela criação de um novo centro administrativo, o que implica também em uma mudança nos padrões de infraestrutura e transporte no Brasil.
A Criação da Capital e a Necessidade de Infraestrutura
O Plano Piloto de Brasília, idealizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e o urbanista Lúcio Costa, foi uma revolução urbanística que visava organizar o crescimento do Brasil. Uma das preocupações ao planejar a cidade era garantir que Brasília fosse bem conectada com o restante do país. Como a capital foi construída em uma região que, na época, estava distante dos grandes centros urbanos e das principais rotas de transporte, foi preciso elaborar um sistema que permitisse a movimentação eficiente de pessoas e mercadorias.
Nesse contexto, a Rodoferroviária de Brasília surgiu como um ponto de convergência para os fluxos rodoviário e ferroviário, oferecendo uma solução estratégica para os deslocamentos de longa distância. Ela foi pensada para atender tanto aos passageiros que chegavam de ônibus, por meio das rodovias, quanto aos que vinham de trem, ligando a cidade a outros estados e centros urbanos.
A Construção e Inauguração da Rodoferroviária
A obra foi parte do processo de implementação da infraestrutura de Brasília, realizada pelo governo federal. A Rodoferroviária foi inaugurada em 1960, junto com a cidade, e localizada no Setor de Transportes, uma região projetada para abrigar os principais meios de transporte. O edifício foi projetado para ser moderno e funcional, atendendo à crescente demanda de passageiros que iriam se deslocar para a nova capital.
A estrutura da Rodoferroviária de Brasília é um símbolo da época de seu nascimento. Seu projeto arquitetônico, com linhas simples e funcionais, refletia o espírito de modernidade que caracterizou a construção da cidade. Além disso, a construção de uma rodoferroviária integrada ao sistema ferroviário foi um reflexo da época em que as ferrovias ainda desempenhavam um papel fundamental no transporte de pessoas e mercadorias no Brasil.
A Transição e a Atualidade
Com o passar dos anos, a Rodoferroviária de Brasília foi se adaptando às novas demandas da cidade e do país. A ferrovia, que inicialmente tinha grande importância no transporte de passageiros, foi perdendo relevância com a popularização do transporte rodoviário e aéreo. Mesmo assim, a estação ferroviária permaneceu como um símbolo do passado, com sua linha ainda operando esporadicamente até os dias atuais, principalmente para serviços de carga.
Por outro lado, o terminal rodoviário, que concentra a maioria das viagens intermunicipais, se manteve como um ponto central de acesso à cidade. Com a crescente expansão da cidade e o aumento do número de ônibus que chegam a Brasília, a Rodoferroviária foi modernizada em diversas ocasiões para atender melhor a população, tornando-se um ponto vital para os passageiros que chegam e saem da cidade.
O prédio que por alguns anos ficou desativado, pertencente à União, atualmente abriga a sede operacional da Polícia Penal do Distrito Federal, a Secretaria de Justiça do Distrito Federal (SEJUS) e a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA).
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