O roedor característico é frequentemente avistado nesta localidade. As capivaras são vistas como símbolos icônicos e lendários da cidade. Viver aqui significa estar sempre em contato com esses animais, especialmente para quem passa diariamente pelo Lago Paranoá.
As reações dos moradores de Juiz de Fora ao maior roedor do mundo variam amplamente. Alguns acham as capivaras simpáticas e tentam interagir com elas, tirando selfies ou acariciando-as. Outros sentem medo e preferem manter distância.
Mas, afinal, há motivos para temer as capivaras?
Para responder a essa pergunta, entrevistamos o biólogo Flávio Macanha, que está conduzindo um estudo sobre grupos de capivaras que habitam as margens do Rio Paraibuna. O estudo visa entender melhor o comportamento desses animais em ambientes urbanos e monitorar sua população, estando agora em fase final.
Quanto à alimentação, apesar dos seus dentes incisivos de até 7 cm, as capivaras são herbívoras e se alimentam principalmente de gramíneas que crescem nas margens do rio, que muitas vezes são enriquecidas por matéria orgânica proveniente do esgoto doméstico. Além disso, complementam sua dieta com grãos, melões e abóboras.
Em relação à agressividade, Flávio esclarece que as capivaras são geralmente indiferentes aos humanos e não costumam se aproximar para interações como os saguis ou quatis.
Embora seja comum avistá-las perto do Lago Paranoá, ataques são extremamente raros e ocorrem principalmente quando as capivaras se sentem ameaçadas, por exemplo, quando são provocadas por pessoas tentando se aproximar demais para tirar fotos.
Quanto à possibilidade delas invadirem casas, seu habitat natural são florestas próximas a recursos hídricos. No entanto, devido à redução dessas áreas verdes, capivaras têm sido avistadas em áreas urbanas próximas a lagos e rios. Geralmente, elas mantêm uma postura pacífica, e casos de invasões são extremamente raros.
A população de capivaras tem crescido, especialmente em áreas urbanas onde encontram abrigo e alimento mais facilmente do que nas florestas naturais, onde são presas de animais como onças e jacarés.
Infelizmente, as capivaras podem transmitir doenças, como leptospirose e febre maculosa, através do contato com a água contaminada por suas fezes e urina. Além disso, são hospedeiras de carrapatos que transmitem essas doenças para humanos.
Portanto, enquanto as capivaras são animais carismáticos e inofensivos na maioria das vezes, é importante manter uma distância segura e respeitar seu espaço para evitar conflitos e problemas de saúde pública.
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