Alguns duvidam de sua existência, enquanto outros cultivam o mito em torno da sua figura lendária. Conheça a história da Mãe Bonifácia.
Curandeira, africana, mãe, negra e uma lenda histórica. A história da Mãe Bonifácia é cercada de dúvidas para muitas pessoas, afinal, como em pleno período de escravidão deixariam uma mulher negra livre? Ela dá nome a um dos principais parques da capital mato-grossense e sua história até hoje rende discussão.
A resposta para essa dúvida é simples. Devido a sua idade avançada, a negra escrava deixou de ser incomodada por não ser mais útil com seus serviços.
Por que sua história marcou tanto?
Após ser liberada pelos senhores de engenho, Mãe Bonifácia foi morar na saída para a Estrada da Guia, em um barracão em frente ao 44º Batalhão, próximo ao local que nascia o córrego que mais tarde seria batizado com o seu nome.
Com um vasto conhecimento sobre plantas, a curandeira africana era a esperança para os fracos e oprimidos. Ela curava os negros, salvava-os da perseguição e os guiava pelo rio até o quilombo situado na mata densa, onde hoje se localiza o parque.
Reza a lenda que ela sentia fortes dores no peito que só podiam ser amenizadas ela conseguisse salvar aqueles que passavam pelo mesmo sofrimento que ela já tinha passado: a privação da liberdade.
Parque Mãe Bonifácia |
Sua relação com Cuiabá:
Quando havia revolta em Cuiabá, os escravos que conseguiam fugir procuravam a Mãe Bonifácia, que os auxiliavam e os escondia. Ela orientava os fugitivos a andarem pelo córrego para que os cães dos capitães do mato, não pudessem farejá-los.
A estátua é a única representação que sobrou dos seus dias de vida. A mãe negra que abraçava o filho escravo, que não era de sangue, mas sim de alma. O seu coração que precisa estancar a dor e acalentar o choro, curar a diferença com amor, com solidariedade e esperança.
Apesar de muitos acharem que essa história não passa de um mito, a Mãe Bonifácia de fato viveu em Cuiabá e sua história é real. Familiares remanescentes de escravos que vivem no Despraiado contam até hoje a história da velha negra que ajudava os escravos.
Hoje, através de uma homenagem um parque em Cuiabá leva seu nome. E visitar a cidade de Cuiabá e não conhecer o parque, é não conhecer a história da cidade.
Fonte: Hotéis Deville