Cada vez mais os brasileiros vêm se dedicando à prática de observação de pássaros em seu habitat natural, sem interferir no seu convívio ou ambiente. Conhecido em todo o mundo como ‘birdwatching’, esse costume começou a incorporar-se ao turismo nos anos 1960, quando muita gente descobriu o prazer de visitar lugares remotos para assistir ao comportamento das aves. Uma atividade que exige olhos atentos e um pouquinho de paciência.
Dados do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO) indica que mais de 18% de todas as aves do mundo estão no Brasil. Existe no mundo cerca de 10.426 espécies de aves (dados da BirdLife International). Dessas, 1.919 são encontradas no Brasil, segundo o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO). Esse alto número de espécimes coloca o Brasil dentre os três países detentores da maior diversidade de aves do mundo. Apesar de a grande maioria dessas aves, passar todo o ciclo de vida em território Brasileiro, algumas vêm do Hemisfério Norte, do sul da América do Sul, ou de países a oeste do Brasil, passando apenas parte do seu ciclo de vida em nosso país. Há algumas que são consideradas vagantes por possuírem uma ocorrência irregular (ICMBio).
O cerrado é um ecossistema rico em vários aspectos, como o hídrico e a flora, mas não se limita apenas a esses; há também as aves do cerrado. Conforme registros de cientistas, neste espaço podem ser encontradas cerca de 935 espécies de aves. Dessas, 787 são encontradas também em outros domínios, e 148 espécies são específicas do cerrado.
Manter um animal silvestre em cativeiro é uma das principais ameaças à biodiversidade, podendo representar a extinção de diversas espécies e o desequilíbrio ecológico, além do sofrimento dos animais. Cada espécie tem uma função específica para o equilíbrio da vida na terra. Quando as pessoas avistam uma ave em pleno voo e pousando em algumas flores ou árvores, observam que elas estão polinizando e semeando a vida, cultivando o equilíbrio do ecossistema.
Na opinião dos organizadores da atividade, a observação de aves pode ajudar na conservação das espécies e, também, no aumento de conhecimento científico. Muitos observadores passam dicas sobre novas aves a cientistas ou redescobrem espécies consideradas extintas.
Nos Estados Unidos, mais de 45 milhões de pessoas observam aves como hobby, segundo a Pesquisa Nacional Relacionada à Vida Selvagem. A atividade traz um significativo retorno para a economia. "Enquanto isso, no Brasil ainda é preciso que haja mais divulgação desta forma de apreciar a natureza e incentivar o ecoturismo".
O estado de Goiás, com a predominância do Cerrado, apesar do grande avanço do agronegócio, ainda é um paraíso para essa atividade, um nicho do turismo de natureza ainda muito pouco explorado. O apoio às entidades que trabalham o tema deve ser aprimorado e incentivado, para que consigam buscar a fatia deste mercado e dessas oportunidades, gerando divisas e trabalho para a população, em um segmento de atrativos na cadeia do turismo produtivo, que na realidade precisa de pouco investimento. A natureza foi gentil com nosso país e com nosso cerrado.
Fonte: Guia Turístico de Goiás