Lago Paranoá em Brasília: belezas e mistérios

Com direito a uma linda lenda indígena, o local oferece ainda lazer, sustento, conforto climático e excelentes histórias

Abraçando Brasília de norte a sul, o Lago Paranoá é um local cheio de histórias, lendas, espaços para lazer, reflexão, diversão e adrenalina.

Não tem como você não gostar de visitar e de conhecer a história do Lago. O local oferece tantas possibilidades e mistérios que encantar-se por ele é praticamente uma certeza.

Outra certeza que os turistas que visitam a capital do país têm é que os hotéis são a melhor opção para se hospedar com conforto e requinte na cidade. Depois de mergulhar (literalmente ou não) no Lago Paranoá, você merece um lugar perfeito para descansar e recuperar as energias.

Então “bora” conhecer mais sobre o Lago Paranoá!

Desejado desde o início

Conforme mostram os registros históricos, a criação de um lago artificial na capital do país estava prevista desde os primeiros projetos.

Apesar de ter sido construído por (muita) força humana, o lugar onde foi feito o Lago Paranoá parece ter sido delicadamente desenhado e indicado pela natureza. Com uma imensa planície localizada entre dois chapadões, conhecidos como Gama e Paranoá, e o recorrente empoçamento de água da chuva no local, pareciam indicar aos projetistas que ali era o espaço perfeito.

Curiosidade! Muitas pessoas, inclusive estudiosos, não acreditavam que seria possível “encher” o lago, devido à característica da terra local. No entanto, o lago não só “encheu”, como demorou bem menos tempo do que se imaginava: era aguardado até quatro anos para encher por completo e em menos de um o lago já existia.


Números que impressionam

O Lago Paranoá conta com uma área superficial de 37,5 km² e o volume total de 498 milhões de metros cúbicos. A profundidade média ao longo do lago é de 12,4 metros, mas pode chegar até a 40 metros na Barragem do Paranoá. Se você fosse dar a volta completa pelas margens do lago, percorreria 111,8 quilômetros.

Mas o Lago Paranoá não agregou apenas na beleza da capital: o espaço contribuiu também com a economia local. Calcula-se que cerca de 16,6 mil pessoas estejam empregadas nos estabelecimentos à beira do lago, como clubes, restaurantes, bares, flats, hotéis. Entre esses locais podemos destacar o Pontão do Lago Sul, um dos principais cartões-postais da capital federal, que conta com uma visão privilegiada do pôr-do-sol.

Outra forma de sustento possibilitada pela construção do lago é a pesca, onde muitas famílias se mantêm com a pesca nas águas do Paranoá.


Riqueza natural

Seja a lazer ou como trabalho, a pesca no Lago costuma ser sempre boa, cercado por espécies de animais como: cotiarinha (espécie de serpente), jacaré-tinga, cágado-de-barbicha, cuíca-d’água, além da capivara. O Lago é habitat do cascudo, do tambaqui e do chique bluegill.

Calcula-se que a região conta com 48 espécies de anfíbios, 86 de répteis, 113 de mamíferos e 451 de aves que adotaram, como habitat natural, o cerrado de Brasília.

Dica de pescador (não é mentira não!): os locais ideais para pesca são na região da Península dos Ministros, da Ermida Dom Bosco, na Barragem do Paranoá e na região perto da Ponte do Bragueto no Lago Norte.


História submersa

Olha só que loucura essa história que vamos te contar!

Definitivamente a construção do Lago Paranoá foi um desafio e tanto, a preço de muito suor e força. Não há um número exato, mas acredita-se que entre 1,5 mil a 3 mil operários foram os responsáveis por construir o paredão de 684 mil metros cúbicos de pedra que represou o rio e deu vida ao lago.

Boa parte desses funcionários construíram casas próximas à obra, formando assim uma vila, chamada de Vila Bananal, depois, Vila Amaury. No entanto, com a abertura da comporta, o lago cobriu por completo a vila.

Mergulhadores e projetos que investigam o que existe debaixo das águas relatam que tem linha de postes, currais, canoas, panelas, barracos, raízes de árvores, coexistindo com peixes, tartarugas, jacarés.

Mas a “inundação” não foi um acidente, muitas pessoas e o poder público falam que todos que moravam ali haviam sido avisados da necessidade de saírem quando a comporta fosse aberta.

Curiosidade: o represamento do Rio Paranoá deu origem a usina, que supria toda a necessidade energética do Distrito Federal quando foi construída. No entanto, essa mesma usina hoje representa apenas 2,5% do consumo. Assim, dá para se ter uma ideia de quanto a cidade cresceu.


Refresco para capital

Outro objetivo, um dos principais, para a criação do Lago Paranoá, era buscar um maior conforto climático frente a secura típica do Planalto Central brasileiro, comum nos períodos de menor pluviosidade.

Assim sendo, o extenso corpo d’água artificial combate as baixas taxas de umidade do ar, oferecendo mais qualidade de vida e saúde para os brasilienses.


Diversão para todos

Uau! Muita coisa e nem estamos no final do artigo! Então, além de ser o sustento de famílias, de melhorar o clima local e ser o cenário de uma riquíssima fauna e flora, o Lago Paranoá é também um lugar perfeito para se divertir.

Graças a suas águas calmas, esportes como caiaque, vela, stand up paddle (SUP), wakeboard, windsurfe e flyboard estão sempre presentes no local, principalmente, aos domingos. São tantas possibilidades que temos um artigo só para contar os detalhes dos esportes de aventura no Lago Paranoá.

O Lago também é escolhido para a população curtir a paisagem, fazer piqueniques na proximidade e se refrescar nadando e até mergulhando no Parque Ecológico Dom Bosco, que fica à margem do Lago Paranoá.


Um amor não correspondido

Em meio a tantos dados, histórias oficiais e os deliciosos relatos informais, destaca-se uma lindíssima lenda indígena sobre a criação do Lago Paranoá.

Com algumas diferentes versões, a lenda conta que numa tribo indígena, os Goiases, que vivia na região, nasceu um belo índio chamado Paranoá, que fora criado pelo cacique. Os dois se davam muito bem, mas a cada dia preocupavam-se porque a tribo diminuía.

No entanto, em um belo dia, o cacique teve um sonho e disse para Paranoá que mesmo que todos fossem embora, ele deveria ficar e Tupã mandaria uma linda mulher a quem Paranoá deveria amar, ter filhos e povoaria toda aquela terra.

Contudo, enquanto aguardava obedientemente sua prometida, Paranoá se apaixonou por Jaci, a lua. Um dia, Paranoá ouviu barulhos na floresta e quando foi ver o que era, avistou uma mulher e perguntou: “É você a minha prometida?”, a mulher estendeu os braços e respondeu: “Sim. Sou Brasília”.

Apesar de fiel ao sonho, Paranoá percebeu que seu coração já tinha dona: era de Jaci, a lua, sua companheira a tantos anos. Ao entender o que estava acontecendo, Tupã, decepcionado, transformou Paranoá em um lago, cujos braços estendidos tentam alcançar Brasília, que foi transformada numa cidade.


Significado

Por falar na cultura indígena, o nome do lago tem origem no tupi guarani: trata-se de uma variante de Paranaguá e significa enseada do mar, baía fluvial.

Segundo as pessoas contam, Juscelino Kubtschek convidou um índio ca-lupe para sobrevoar de helicóptero o local e durante o passeio, na altura da barragem recém construída, o índio teria dito a expressão “paranoá”.

Enfim, o Lago Paranoá preserva uma inconfundível beleza, merecedora de um dia inteiro de visita ou mais.


Fonte: Brasília Hotel