Antônio Venâncio da Silva nasceu em Assaré, no Ceará, filho de um humilde casal de agricultores. Não sabia ler, nem escrever, apenas assinava o nome. Mas não é exagero afirmar que era um gênio com os números, mesmo sem nunca ter estudado. Aos 17 anos, fez seu primeiro negócio ao comprar a casa onde morava Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, por cinco bois e dois burros. Ainda no Ceará, distribuía sal e algodão pelo interior, vendeu farinha de mandioca e exportou cera de carnaúba para os Estados Unidos. Em 1953, mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a investir no mercado imobiliário, construindo cinco prédios em Copacabana.
Venâncio e JK nos anos 1970.
Sua fama no Rio de Janeiro chamou a atenção de Juscelino Kubitschek, que o convidou para conhecer em Brasília. Venâncio, então, vendeu tudo o que tinha e partiu para a futura capital do país. Seu primeiro prédio em terras candangas foi o edifício Ceará, seguido pelo edifício Antônio Venâncio da Silva, ambos no Setor Comercial Sul. Depois, vieram mais cinco prédios no Conic. Nos anos 70, o cearense começou a elaborar seu mais ambicioso projeto: o shopping Venâncio 2000, inaugurado em 1976. Depois, ergueu o Venâncio 3000, atual Shopping ID.
Campanha ao Senado em 1986.
Batizar suas obras com o próprio nome revela um traço marcante da personalidade de Venâncio: a vaidade. Ele adorava enfeitar-se com ouro, vestir ternos de linho e colecionar carros Mercedez-Benz. Também tinha fama de sedutor, tendo sete filhos fora do casamento. Em 1986, o pioneiro tentou entrar para a política, candidatando-se a uma vaga no Senado. Não foi eleito e desistiu de vez dos cargos eletivos. Continuou sua vida de empresário até 1997, quando morreu, vítima de um câncer, aos 86 anos.
Fonte: Jornal de Brasília