Inúmeros vestígios deixados pelos caçadores coletores que habitavam essa região do Planalto Central, no mínimo há 8 mil anos atrás, são encontradas ao longo do vale do rio Paranã, desde suas nascentes até ao encontro com o rio Tocantins, na cidade de Paranã/TO. Artefatos líticos, pinturas em paredes de cavernas e inscrições talhadas em rochas são alguns desses vestígios, que na última década tornaram-se objetos de estudos de pesquisadores de várias universidades e de outras instituições de ensino. Assim, grande parte deles foram cadastrados pelo IPHAN/GO e passaram a ser monitorados pelos órgãos governamentais.
A Pedra do Bisnau é um grande lajedo de formação calcária que contém, em sua superfície, inúmeras inscrições talhadas em baixo relevo, cujos significados sugerem representações da chamada tradição astronômica.
Segundo a interpretação de Paulo Bertran, as inscrições talhadas no lajedo do Bisnau devem ser observadas como um todo, no seu conjunto, para se chegar a uma leitura plausível: “com certa imaginação podemos visualizar nesses astrônomos do Planalto Central a representação de uma constelação da ‘Ema’ ou da ‘Anta’, com pontos interligando astros maiores com menores e, na parte mais baixa do lajedo, pode-se visualizar na própria rocha cor-de-rosa, resíduos fósseis (ritmos) daquele grande mar interno de milhões de anos atrás, hoje com suas areis solidificadas” .
Ali também existe um imenso muro de pedra que corta toda a região, seguindo rumo a Buritis de Minas. Esse muro foi construído com pedras encontradas nas proximidades, com aproximadamente 1m de altura, cujo objetivo era dividir as fazendas coloniais, impedindo a passagem do gado de uma propriedade para outra.
A principal cachoeira, localizada numa fazenda antes da Pedra do Bisnau, não é de fácil acesso, onde os visitantes necessitam de bastante cuidado para se chegar até o poço principal.
Dentre seus frequentadores existe uma unanimidade sobre a importância da preservação daquele patrimônio, adotando medidas para inibir as ações de alguns poucos que depredam o local, entretanto, quase nada tem sido feito, nem pelas autoridades governamentais e tão pouco pelos defensores da causa ambiental.
"Muitos visitantes sujam o local, riscam o lajedo onde se encontram inscrições rupestres, entretanto a partir da iniciativa do ambientalista aventureiro Fábio Miguel, conhecido entre os praticantes de esporte de aventura como Fabio do Canyon, essa situação tende a mudar".
Fonte: Portal Cerratense