Pamonha goiana

A pamonha tem origem indígena. Os índios latino-americanos comiam muito milho verde amassado com leite de coco, manteiga e erva doce. Tanto que a palavra vem do tupi, pamu-ña, algo como empapado.

Desde então a pamonha é um quitute consumido em várias regiões do Brasil. Segundo o jornalista gastronômico, Caloca Fernandes, é o hambúrguer nacional, com casas de pamonha espalhadas pelas estradas do país. Coloca está certo. Come-se pamonha em todo Brasil, e também em outros cantos da América. O historiador goiano Bariani Ortêncio, que dedica um capítulo inteiro ao quitute no seu “Cozinha Goiana”, conta que nossa pamonnha em muito lembra os tamales mexicanos, que eu tive a oportunidade de experimentar.

Mas não adianta, só em Goiás pamonha é pamonha, assim de boca cheia.  “Entre os goianos é que ela recebe um verdadeiro culto”, anota Fernandes em seu livro “Viagens Gastronômicas pelo Brasil” (editora Senac). Otêncio concorda. 

A pamonha goiana é diferente. A começar que a popular mesmo é a salgada, ou melhor, “di sal”, como se diz no legítimo goianez. É cremosa, untuosa e muito bem temperada. Na mistura não entra fubá de milho, farinha, nem nenhum espessante. Só o milho verde, fresco, recém-colhido, ralado e coado em pano de saco virgem, escladado com muita, mas muita, manteiga o certo é usar banha.

No recheio, sim, há um recheio e vale colocar quase tudo. Principalmente, quando a pamonha vem acompanhada do termo “à moda”. Há requeijão caipira, linguiça, queijo, pequi, guariroba, pimenta de bode, cheiro verde e até jiló. E eu garanto, fica uma delícia. Nas “di doce”, têm versões com queijo, creme de leite e coco fresco ralado. O ideal mesmo é sempre comer uma de cada. Inclusive, no mesmo prato.

O ritual de fazer pamonha uniu famílias em torno do tacho por anos em Goiás. Juntavam-se gentes, sacas de milho, enormes raladores e muito corta, rala, mexe e amarra. Como resultado: os incríveis pacotinhos de palha verde pálido escondendo o a massa suculenta, dourada, que derrete na boca.

Dá trabalho, requer espaço, faz sujeira. E talvez por isso, a fazeção de pamonha está desparecendo entre as famílias goianas. Mas a tradição e a qualidade dos quitutes se mantêm graças às famílias que se especializaram nas suas pamonharias, lanchonetes exclusivas de pamonhas.

Há ainda as versões assada e frita, sendo a última uma reciclagem matinal da pamonha cozida no dia anterior. Além da Chica Doida uma espécie de pamonha de forno. 

Veja como fazer

Ingredientes:

  • 6 espigas de milho de tamanho médio
  • Palha do milho para enrolar e amarrar as extremidades
  • 1/2 litro de óleo ou banha de porco quente
  • 1/2 xícara (chá) de pimenta verde amassada
  • 1 xícara (chá) de cebolinha verde
  • 1 colher (chá) de sal
  • 1 queijo tipo frescal
  • 1 pitada de açúcar

Modo de preparo:

  • Depois de ralar o milho, passe a massa em uma peneira.
  • Ela fica mais fina. Escalde a massa com óleo quente.
  • A massa não pode ficar gordurosa.
  • Acrescente a pimenta e a cebolinha verde e misture.
  • Adicione o sal.
  • Depois de colocar a massa nos copinhos formados com a palha, é hora de pôr o recheio.
  • O queijo é cortado em pedaços pequenos.
  • Amarre as pamonhas, como se fossem trouxinhas e leve-as ao fogo, na água já fervente por de 40 minutos, em fogo alto.

Sirva em seguida.


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Fonte: Sem Medida e Receitas e Dicas do Chef