Criado em setembro de 2000, o
Parque Nacional da Serra da Bodoquena foi a primeira—e, até o momento, a
única—unidade de conservação de proteção integral federal implantada no estado
de Mato Grosso do Sul. A criação do Parque visou a proteger a maior área contínua
de “mata atlântica” no estado, a qual se localiza sobre um terreno com
características geológicas especiais, o que atende a objetivos de preservação e
estudo da biodiversidade, bem como à recreação, apenas para citar os mais
comuns. No momento, o Parque encontra-se em implantação e por isso, ainda não
foi aberto ao público.
Seus limites abrangem 76.481
hectares, os quais foram transformados em área de utilidade pública pelo
Decreto de Criação. O parque está dividido em dois fragmentos: um ao norte, com
área de 27.793 hectares e outro ao sul, com 48.688 hectares. O IBAMA tem
procurado negociar a compra de propriedades abrangidas pelo parque. Até o
momento, foram adquiridos aproximadamente 9.040 hectares (11,8% da área) de
proprietários que, espontaneamente, apresentaram os documentos requeridos pelo
IBAMA para dar seqüência à negociação de compra e venda. Nas áreas ainda não
adquiridas, são permitidas as atividades agropecuárias em terras produtivas,
mas qualquer forma de supressão ou exploração econômica nas áreas nativas está
proibida. A desapropriação é um recurso extremo, o qual só deverá ser utilizado
futuramente se houver proprietários que se recusarem a negociar amigavelmente a
venda de suas terras.
De acordo com o Plano de
Conservação da Bacia do Alto Paraguai (PCBAP, 1997), a vegetação predominante
no Parque é a Floresta Estacional Decidual Submontana, cobrindo uma área de
70.097,79 hectares. As formas de transição, em que se identificam tanto
características do cerrado, como da floresta estacional, correspondem a
3.564,241 hectares. As fisionomias de cerrado e de campos alagáveis respondem
por 379,081 hectares. Somente 2.576,681 hectares apresentam-se antropizados,
isto é, alterados marcadamente por atividades humanas.
Na fauna, há registros de ariranhas,
lontras, onças pintadas, harpia e várias outras espécies. No entanto, há ainda
uma carência de estudos que caracterizem com maior rigor a fauna da Serra da
Bodoquena. Vale mencionar que já foi identificado pelo menos um endemismo na
região: existe uma espécie de psitacídeo que só ocorre na Serra da Bodoquena.
Os dois principais rios do Parque
Nacional são o Salobra, localizado no fragmento norte, e o Perdido, no
fragmento sul. Assim como na maior parte dos cursos de água da Serra, esses
rios apresentam águas muito límpidas, devido à ação das águas da chuva sobre as
rochas existentes na região. A dissolução de tais rochas no caminho de drenagem
confere às águas propriedades como o gosto salobro e a dificuldade de
apresentar partículas em suspensão. No decorrer do tempo, a interação das águas
com as rochas foi a responsável pelo surgimento de numerosas cavidades naturais
(cavernas, grutas, abismos, alagados ou não), muitas delas ainda por serem
identificadas. O trajeto de muitos rios e córregos da Serra passa por
cavidades. Alguns trechos do rio Perdido são subterrâneos e os pontos onde as
águas adentram cavidades ou saem destas (denominados sumidouros e
ressurgências, respectivamente) podem apresentar grande beleza cênica, como é o
caso do sumidouro presente na área de onde se localizava a fazenda Boqueirão.
A limpidez das águas favorece a
observação e o estudo da fauna e da flora subaquática. Já foram descritas novas
espécies de peixes que residem em cavidades alagadas da Serra e muitas ainda
devem ser identificadas nos próximos anos se considerarmos a exigüidade dos
estudos realizados até hoje no interior do parque.
A Trilha tem início a partir da
sede da fazenda, não sendo necessário utilizar transporte interno, em um
percurso de 2.500M o visitante ira desfrutar de oito paradas para banho, com
belíssimas cachoeiras e piscinas naturais do Rio Betione.
Como diferencial o passeio possui
uma extensa área de banho (balneário), toda gramada, com tirolesa, quiosque
(Bar), cadeiras para descanso, quadra de volley de areia de uso exclusivo. A
partir deste ponto o visitante percorrerá uma trilha de 550M margeando o Rio,
para ter acesso a última Cachoeira, um espetáculo à parte, com suas aguas rasas
e cristalinas, possibilitando o acesso de todos, sem restrições, e de onde será
feito o embarque para o passeio de bote, descendo através do leito do rio até
retornar ao balneário, onde será possível aproveitar o local antes de voltar
para a sede, que está a apenas 400M de distância. Toda a atividade será feita
acompanhada por um Guia.