Localizado nos Estados de Mato
Grosso e do Mato Grosso do Sul, o Pantanal ocupa parte do centro-oeste
brasileiro e continua pela Argentina, Bolívia e Paraguai, recebendo o nome de
Chaco. Considerada a maior planície interna inundável do mundo, possui cerca de
250 mil quilômetros quadrados.
Vegetação
A vegetação pantaneira é bastante
variada pois está localizada em uma faixa de transição entre o cerrado
(principalmente a leste), floresta Amazônica (principalmente ao norte), Campos
(principalmente ao sul) e floresta Tropical que se aproxima através de matas
Galerias.
Clima do Pantanal
O clima influência de forma
intensa a dinâmica ecológica. Trata-se do clima Tropical Continental (ou semiúmido
ou alternadamente seco e úmido ou típico), quente o ano todo com temperaturas
médias geralmente acima de 17º C, chuvas concentradas no verão e estiagem no
inverno (cerca de 1.000 mm/ano).
Chuva e ecologia
O período chuvoso resulta em
enchentes/transbordamentos do rio Paraguai pois o relevo, de planície, é muito
plano e, embora o volume de chuvas não seja tão intenso, a água que flui
lentamente acaba transbordando e depositando sedimentos que fertilizam os
solos.
Formam-se baías (lagos
temporários) e os peixes aprisionados nelas tornam-se alimento para os pássaros
que habitam a região ou os que estão de passagem em direção à Argentina ou
retornando ao Canadá. Alguns peixes morrem nestes lagos e acabam fertilizando
os solos.
Segue-se um período de seca e
parte da vegetação também seca. Quando as chuvas retornam e caem sobre o solo
seco e poroso (e agora fertilizado naturalmente) ocorre o rebrotamento da
vegetação e o pantanal torna-se verde novamente.
A fertilização resultante das
inundações permite a existência de uma vegetação variada e de grande
biodiversidade que abriga um grande número de espécies de animais (sucuri - que
chega a ter 4,5 metros, capivara, tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, lobinho,
veado mateiro, jacarés, tuiuiú, entre outros.). Existem cerca de 230 espécies
de peixes, destacando-se a piranha, o pintado, o pacu, o curimbatá e o dourado.
Rodovias e hidrovias
Existem projetos de
desenvolvimento no Pantanal que podem ameaçar o meio ambiente, como a
construção da rodovia transpantaneira que segue paralela ao rio Paraguai e atua
como uma barragem que impede que a água do rio, durante às cheias, chegue até
as áreas mais distantes, que provoca um desequilíbrio ecológico, pois as
inundações que fertilizam os solos deixam de ocorrer.
Outra preocupação é a implantação
da hidrovia do Paraguai que se estenderia de Corumbá no Mato Grosso do Sul (que
já é navegável até o oceano Atlântico) até Cáceres no Mato Grosso, o que
poderia ajudar a baratear as exportações de grãos, mas pode causar mudanças
ambientais, pois existe a necessidade de se aprofundar o leito do rio e isto
pode alterar a dinâmica hidrológica, reduzindo as inundações.
Pecuária e turismo
A economia pantaneira é
fortemente caracterizada por atividades do setor primário da economia. A
agricultura predominante é a de subsistência e cultivos comerciais para
abastecimento local.
Na mineração o destaque é o
maciço do Urucum, rico em minério de manganês e ferro, pouco extraído por
dificuldades de escoamento e por já existirem outras áreas de extração como o
Quadrilátero Ferrífero (em Minas Gerais) e Carajás (no Pará).
A pecuária bovina extensiva de
corte desempenha um papel fundamental na economia. O gado chegou pelo Paraguai
em meados do século 18, era de origem europeia e encontrou pastagens naturais
onde poderia ser criado livremente. Hoje corresponde a mais de 10 milhões de cabeças
de gado zebu e nelore.
O turismo (em particular o
ecoturismo) apresenta um forte crescimento e pode se tornar a melhor forma de
se conservar este ecossistema. As principais potencialidades são: pesca
esportiva, sítios arqueológicos, grutas, cachoeiras, a cidade de Bonito, etc..
Fonte: UOL